Ser honesta comigo é uma das minhas maiores defesas contra a fúria da vida. Até então eu tentei fugir de mim, não reconhecendo que tenho minhas fraquezas, meus arrependimentos, meus sonhos tortos. Meus. Estou aprendendo tomar posse de mim inteiramente, me aceitando assim tão incompleta. Simplesmente fui deixando de quer ser perfeita e fui gostando de mim assim, boa, mas não a melhor; ruim, mas não a pior. Entende? Aceito-me e sou. Aceito os dias, as dores, as alegria, as horas e momentos que vem surgindo (com um pouco de resistência às vezes, mas já iniciei o processo). A tristeza não me entristece mais. Entendi que ela passa. A alegria não me engana mais, sei que por mais que eu queria que ele fique também passará; já não sofro além da conta por ela não poder ficar sempre pra uma xícara de café, num domingo a tarde cheio de tédio... Não me deixo enganar mais por sentimentos pois eles são sentimeus e tenho paciência para esperar que se revelem a mim, que fiquem nus diante dos meus olhos, e mais importante: estou aprendendo a conviver com eles, por mais que queira muda-los.
Aceitar-me como sou poupa minhas forças, me da tempo para quer melhorar. Tempo que não teria se passasse me escondendo de mim, fingindo que não sou, que não amo, que não quero, que não sinto. Tudo que é reprimido manifesta-se de outra forma na vida da gente. Falta de perdão pode virar câncer, uma saudade não acolhida pode se tornar uma nostalgia fora do controle e levar a pessoa a viver no passado. Uma decepção amorosa pode tornar um pessoa desequilibrada emocionalmente, sexualmente, espiritualmente (e o mundo tá cheio de gente assim, não tá?)
Enfim, ser honesta comigo não é só uma das minhas maiores defesas contra a fúria da vida, é minha maior defesa contra mim. Não se negue, não negue-se. Aceite, melhore. Viva bem com o meio ambiente, em família, com amigos, no trabalho, mas, sobretudo com você porque é isso que determinará todo o resto. E fim.
Paloma
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