domingo, 25 de setembro de 2011

Eu nunca quis ser a mais bonita



Eu nunca quis ser a mais bonita, a que passa e atraí todos os olhares, porque eu sempre atravesso a rua de cabeça baixa. Eu nunca quis ser vista como um pedaço de carne ou um rosto perfeitinho. Eu não quero ser vista tão superficialmente porque o que eu tenho de mais bonito não calça 36 e não veste 38 (ou seria 40?). Quem olha assim olha rápido demais e vê muito pouco.  Eu não acho graça só nisso, mulher bonita pra mim é aquela que não fica andando de biquinho humilhando os outros- por mais que ela não fale. Homem pra mim é ser cavalheiro. Não é só peito, bunda, tórax.
O outro sempre transcende o que esta aparente, porque creio que não existe que não tenha nada a oferecer e tudo uma questão de ver além do superfície. 
Quantas vezes você já se surpreendeu com alguém que você achava metido, orgulhoso, prepotente, arrogante, simpática demais, bom demais pra ser verdade, ai você entra no processo de conhecimento e vê que a bonitona é só uma menina carente de atenção, que o gostosão é um menino sensível, que o arrogante só queria um pouco mais de amor. Ai você vê que tudo é só mascara pra disfarçar a dor que está escondida sob camadas de experiências de vida ora boas ou ruins. 
Todos nós temos mais a oferecer, só precisamos de gente com tempo e paciência para descobrir nossos oásis. É por isso que eu nunca quis ser a mais bonita, porquanto vivo esperando os olhos atentos, cheios de amor, de vontade de ir além para me devorarem: inteira.


(Créditos: Rafael João e Ana Carolina)

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